quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Corrupção: Governo mandava dinheiro para custear 120 mil alunos fantasmas.

Repasses são feitos normalmente, mas os alunos não aparecem
na escola.

Embora tenham número de matrícula ativo, os alunos fantasmas não frequentam a escola desde o início do ano


Uma auditoria da Secretaria estadual de Educação revelou que 120 mil estudantes matriculados em toda a rede só existem nas estatísticas.
Embora tenham número de matrícula ativo - alguns chegam a ter registro de presença e notas -, os alunos fantasmas, como noticiou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, não frequentam a Escola desde o início do ano. Em algumas unidades, mais de 60% dos estudantes, na verdade, abandonaram os estudos, mas as escolas continuaram a receber os repasses federais proporcionais ao número de alunos declarado.
Segundo fontes da secretaria, a investigação começou quando o Ministério da Educação cobrou explicações sobre a baixa participação das Escolas do Rio no Educacenso - levantamento anual que dá origem aos números do Índice de desenvolvimento da EducaçãoBásica (Ideb) e que orienta a liberação de verbas para os colégios no ano seguinte.
Até setembro, cerca de 60% dos diretores de Escola ainda não tinham respondido ao questionário. O prazo terminava em agosto.
Para evitar o cancelamento dos repasses federais, a Secretaria de Educação assumiu o compromisso de enviar os dados ao ministério. Na hora do levantamento, a surpresa: do total de 1,175 milhão de alunos cadastrados, só 1,055 milhão realmente estavam estudando. A evasão deveria ter sido notificada pelos diretores no fim de maio.
Pelos 120 mil alunos fantasmas, as Escolas receberam R$297 milhões até novembro de 2011 só em verbas estaduais. Atualmente, a Secretaria de Educação investe R$2,7 mil por ano para cada estudante.
- Com dados corretos, poderemos investir 30% a mais nos alunos em 2012. O investimento por aluno será de R$3,5 mil - disse o secretário de Educação, Wilson Risolia.
Com a descoberta do problema, a secretaria vai acompanhar mais de perto o cadastro de dados das Escolas. Estuda-se, inclusive, a adoção de visitas às unidades para conferir informações sobre alunos. - Estamos orientando e advertindo onde encontramos erros - disse Risolia.

Fonte: O Globo

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