sábado, 19 de novembro de 2011

O voto religioso é um voto sensato? Jorge Mário enganou os evangélicos?

       Tem muita gente que vota por religião. Evangélicos querem votar em evangélicos, católicos em católicos e assim por diante. Na ânsia de fortalecer ou defender princípios de fé, essas pessoas acabam esquecendo que rótulo religioso não dá caráter a ninguém. Existem pessoas que se mostram fervorosas dentro das igrejas, mas cujo caráter não inclui valores essenciais para a política como honestidade, solidariedade e espírito de igualdade e justiça. "Lobos em pele de cordeiro" estão por toda a parte, sempre prontos para enganar os crédulos e assim tirar algum proveito escuso da confiança que neles foi depositada. É o Evangelho que ensina isso. Tivemos em Teresópolis agora, um grande exemplo disso: o prefeito cassado Jorge Mário. Muitos evangélicos votaram nele porque vivia dentro das igrejas com uma Bíblia nas mãos e se dizia evangélico. Terminava seus discursos falando de Deus e desejando que Deus abençoasse as pessoas.
Enquanto os pastores oravam, ele provavelmente 
ria por dentro. Mas ninguém foi capaz de prever
 o desastre que se aproximava.
      Essas pessoas, apesar da fé, não foram capazes de enxergar as torpezas que aquele homem escondia no íntimo, sua ambição desmedida e sua desonestidade irrefreável. Isso porque pensavam apenas na difusão ou no fortalecimento da sua fé, ou da sua igreja. Muitos religiosos se valem dessa espécie de fé ingênua para conseguir votos e satisfazer suas ambições. Jorge Mário era um "lobo em pele de cordeiro" e como tal, enganou a muitos. Praticamente metade de todos os votos válidos foram a ele concedidos e grande parte desses votos era de evangélicos que viam nele um representante da sua fé.
      Voltemos a questão inicial. O voto religioso funcionou nessa última eleição ou ajudou a arruinar Teresópolis? Muitos pastores abriram seus púlpitos para o agora execrado ex-prefeito, sem perceber que na verdade estavam acobertando um facínora.  Aqueles que tem fé, precisam aprender que a filiação a uma igreja, ou declarar-se alguém um fiel, não faz de ninguém um "Filho de Deus" no sentido bíblico da palavra. Tão somente porque os "Filhos de Deus", segundo o ensinamento de Jesus, são aqueles que praticam de fato as virtudes do espírito, que tem um coração transformado para o bem, que amam a justiça e amam seus irmãos, que abandonaram o velho e poeirento egoísmo ao longo do caminho para se tornarem cidadãos úteis a humanidade. E isso é uma questão de caráter e não de religião, embora as duas coisas possam aparecer juntas. Mas quando se quer avaliar alguém, é preciso olhar para a pessoa e não para a religião. O voto religioso, diante de tudo isso, faz algum sentido? Ou tivemos a prova agora de que ele pode induzir ao erro e a desastres morais estrondosos como esse que acabamos de enfrentar em Teresópolis?

Um comentário :

  1. MUITAS PESSOAS SE VALEM DA RELIGIÃO PARA COMETEREM INÚMERAS ATROCIDADES " EM NOME D DEUS"! PARECE QUE PRINCIPALMENTE EM ÉPOCAS DE ELEIÇÕES AS PESSOAS FICAM CEGAS, NÃO CONSEGUINDO DISTINGUIR O CERTO DO ERRADO! OS ELEITORES VOTAM OU POR SIMPATIA, OU POR CAUSA DA RELIGIÃO, PELA POPULARIDADE,MAS QUASE SEMPRE FALTA A ANÁLISE CORRETA SOBRE QUEM É O CANDIDATO! ESSE É UM DOS MAIORES PROBLEMAS!

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