sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

EUA e Gabão são os únicos que ainda usam chimpanzés em pesquisas

Um relatório do Instituto de Medicina (IOM, na sigla em inglês) e do Conselho de Pesquisa Nacional divulgado nesta quinta-feira, em Washington, determina que, com raras exceções, não há mais necessidade para o uso de chimpanzés em laboratórios de pesquisas médica e comportamentais. Segundo a Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos e Gabão são os únicos países a fazer pesquisas científicas usando esses primatas como cobaias. Nos países da União Europeia, nenhuma nação mantém chimpanzés em cativeiro com esse objetivo e a exceção seria apenas para casos de pandemias.
Para os defensores dos direitos dos animais, há preocupação com o destino dos primatas usados em laboratórios depois que os fundos estatais forem cortados para os experimentos existentes. O Instituto Nacional da Saúde (NIH, na sigla em inglês) hoje financia o uso de 612 chimpanzés em pesquisas médicas nos Estados Unidos. "Este número me preocupa muito, pois é praticamente igual ao número de chimpanzés que temos em reservas nos Estados Unidos. Quem vai cuidar desses animais que têm vida longa e assumir o custo pela sobrevivência deles?", disse ao Terra April Truitt, diretora e fundadora do Primate Rescue Center, uma instituição que protege e cuida de chimpanzés que foram vítimas de abuso ou abandono.
"Defensores dos Direitos dos Animais tem preocupação com o destino dos animais depois que os fundos estatais forem cortados"
Segundo a ativista, os chimpanzés costumam viver até os 60 anos e custam, por dia, cerca de US$ 22. Para ela, ainda que seja uma boa notícia, o anúncio feito nesta quinta pode ter consequências desastrosas a curto prazo, já que os laboratórios simplesmente devem mandar os animais, alguns com problemas de saúde e sem estarem socializados, a ONGs e instituições de cuidado, sem qualquer ajuda financeira. Há menos de duas semanas, por exemplo, April recebeu um chimpanzé que, em 43 anos, nunca tinha saído do cativeiro.

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