sábado, 25 de maio de 2013

Petrópolis em alerta: crise nas confecções preocupa e demissões aumentam

Empresários e trabalhadores de confecções de Petrópolis estão em estado de alerta. A crise que afeta o setor desde o ano passado ganhou força no começo deste ano. Apenas nos primeiros meses, já foram feitas 235 homologações no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Petrópolis, 30% a mais em relação ao ano passado. A situação está tão preocupante que, segundo o presidente do sindicato, Jorge Mussel, o número de pessoas que buscam receber os seus direitos na Justiça, como o pagamento do INSS e fundo de garantia, também dobrou em relação a 2011. Mas o que preocupa Jorge Mussel são os atrasos de salários e os acordos feitos após as demissões, em que alguns empresários, já sem recursos, chegam a pagar a rescisão dividida em 10 vezes.

Eu nunca vi uma crise como essa, estamos em uma situação muito complicada. Algo precisa ser feito e com urgência. Empresários têm nos procurado em situações difíceis, que já não têm nem como pagar a rescisão do funcionários. Casos da rescisão ser paga em até 10 vezes, fora os que estão entrando na Justiça para conseguir receber o INSS e o fundo de garantia”, revelou o presidente do sindicato do vestuário.

Mesmo com todas as lojas em liquidação, as vendas ainda não decolaram, fato que preocupa Jorge Mussel, pois como o número de desempregados vem aumentando o poder de compra dessas pessoas deixa de existir. “O comércio é uma cadeia que precisa ser mantida funcionando. Se a confecção começa a demitir, a produção cai, logo a grade dos vendedores também vai diminuir. E as demissões começam a ser sentidas nos dois setores, e se o empresário não consegue se estabilizar é o número de lojas que começa a diminuir, isso quando as próprias confecções não acabam fechando”, alertou.

Para Jorge Mussel, a Rua Teresa é o grande termômetro da crise, que já vem sofrendo os reflexos com o grande número de lojas fechadas tanto nas galerias quanto em um dos pontos mais concorridos, a Aureliano Coutinho. “A Rua Teresa representa 14% do PIB da cidade e quando, após a tragédia de Itaipava, a prefeitura deveria investir em publicidade, ela simplesmente cortou as verbas que ajudariam na divulgação. Nós sabemos que a crise afeta o polo de confecção como um todo, não só na nossa cidade, mas em Petrópolis a situação foi acumulativa”, analisou o presidente do sindicato do vestuário.

Jorge Mussel adiantou ainda que há uma movimentação entre o  Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Petrópolis e o Sindicato Patronal para tentar reverter os efeitos desta crise. “O que precisamos agora é de união e não podemos perder as esperanças. Vêm aí o mês de abril e maio, que costumam ser bons com o lançamento do inverno, e logo depois o Dia dos Namorados, que é a data mais importante do comércio. O que eu realmente espero divulgar é uma melhora no setor como um todo, diminuindo o número de demissões e aumentando as ofertas de emprego”, finalizou.

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