Jô Falceta, presidente da ASSIND, e a vice, Cinthia Mathias (blusa listrada). |
Jô, o que é a síndrome de Down?
- Síndrome de Down, Ronaldo, é a presença de um cromossomo extra no par 21. Enquanto todas as pessoas tem 23 pares de cromossomos, perfazendo um total de 46, as pessoas com Down tem 47, 3 no par 21. Por isso o nome de trissomia do 21.
Qual o papel da ASSIND nesse contexto?
- Orientar os pais, oferecer oportunidades para o lazer e o desenvolvimento pessoal dos atendidos, apoiar as famílias e lutar contra o preconceito. Existem pais que se sentem culpados por ter um filho com a síndrome. Eles acham que fizeram alguma coisa de errado para o filho nascer assim. A sociedade ainda não tem muita informação sobre a síndrome e existe muito preconceito.
Poderia nos falar um pouco mais sobre o preconceito?
- As pessoas com Síndrome de Down são muitas vezes vítimas de preconceito porque falta à população conhecimento sobre essa condição genética. É sempre interessante lembrar que a Síndrome de Down não é uma doença e não pode ser adquirida. A pessoa com Down apenas tem uma condição genética diferente do resto da população. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil a cada 800 nascimentos, em média, um apresenta alteração cromossômica.
Os portadores da Síndrome de Down possuem um pequeno atraso para desenvolverem as coordenações motoras e mentais, mas isso não os impede de ter uma vida normal. Eles aprendem e se desenvolvem no tempo deles e a sociedade tem que estar preparada para lidar com isso.
Há quanto tempo a ASSIND existe e como ela se mantém?
- A ASSIND já existe desde 2006, e é uma associação que depende exclusivamente de doações e do quadro de associados. Não recebemos nenhuma verba oficial. Nosso custo hoje gira em torno de 2000 reais mês, incluindo lanches, mas também temos os padrinhos que ajudam muito.
A ASSIND trabalha só com voluntários ou também contrata profissionais?
- Todos os nossos colaboradores são voluntários, o que não quer dizer que só trabalhemos com profissionais formados. As vezes uma pessoa sabe tocar violão e deseja colaborar, aí nós podemos utilizar esse conhecimento de acordo com o interesse dos nossos assistidos. Só não podemos deixar de exigir diploma, por motivos óbvios, em áreas como psicologia, Fonoaudiologia, Educação física, etc.
Como se encontra hoje o quadro de colaboradores da ONG?
- Hoje estamos bastante desfalcados em relação as diversas áreas de atendimento. Nós tínhamos aqui, por exemplo, uma parceria com a FESO para Clínica Médica, que era feita através de estudantes, mas depois que o convênio com os PSFs acabou, acabou também o nosso convênio e o atendimento parou. Isso não quer dizer que estejamos sendo mal atendidos na rede pública, mas a presença dos estudantes aqui gerava uma experiência muito positiva para os novos médicos.
Quais são as especialidades mais importantes no caso?
- Existem três áreas muito importantes nas quais hoje não temos ninguém: Assistência Social, Fonoaudiologia e Psicopedagogia. Temos educação física, aula de dança, informática, mas estamos sem professor de artes e eles gostam muito de pintar, por exemplo. Precisamos encontrar voluntários nas áreas de Fisioterapia, Apoio Escolar, Música, culinária, etc. Quanto mais expandirmos esse leque cultural melhor e mais rico será o desenvolvimento dos nossos atendidos.
Se algum dos nossos leitores quiser colaborar com a ASSIND, é possível??
- Claro, nós estamos sempre necessitando de colaboradores, Ronaldo. Nesse caso vamos pedir aos interessados que se dirijam a instituição para que possamos viabilizar essa participação e muito obrigada por prestigiar nosso trabalho com essa entrevista.
A ASSIND fica na Rua Governador Roberto Silveira, 200, Bairro de São Pedro. Tel: 3642-8081. Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 13 ás 17hs.
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